Homi Bhaha, à esquerda; Chinua Achebe, à direita.
Chinua Achebe:
«The story is so different from what I had read as a child; I knew I couldn't write like Dickens or Conrad. My story would not accept that. So you had to make an English that was new. Whether it was going to work or not, I couldn't tell.» (ACHEBE, Chinua , sobre a sua obra prima, Things Fall Apart).
Mia Couto:
«Falta-nos, muitas vezes a coragem para procurar os nossos demónios dentro de casa. [...] Os meus antepassados estão enterrados em outro lugar distante, algures no Norte de Portugal. Eu não partilho de sua intimidade e, mais grave ainda, eles me desconhecem inteiramente. [...] Na maior parte das línguas bantus, não há tradução para dizer «cultura», como não há tradução para dizer «natureza», para dizer «sociedade». Esta ausência de equivalência não deriva de alguma menoridade das nossas línguas. Resulta sim, de um outro ponto de partida filosófico, de uma outra visão do mundo. Para a maioria dos moçambicanos rurais não existe essa fronteira entre aquilo que é «cultural» e «natural». Existe sim um mundo interligado, que só pode ser entendido e designado de uma forma única». (in Pensatempos)
Homi Bhabha:
«There is a damaging and self-defeating assumption that theory is necessarily the elite language of the socially and culturally privileged. It is said that the place of the academic critic is inevitably within the Eurocentric archives of an imperialist or neo-colonial West. The Olympian realms of what is mistakenly labelled 'pure theory' are assumed to be eternally insulated from the historical exigencies and tragedies of the wretched of the earth. Must we always polarize in order to polemicize? Are we trapped in a politics of struggle where the representation of social antagonisms and historical contradictions can take no other form than a binarism, of theory vs politics? Can the aim of freedom of knowledge be the simple inversion of the relation of oppressor and oppressed, centre and periphery, negative image and positive image? Is our only way out of such dualism the espousal of an implacable oppositionality or the invention of an originary counter-myth of radical purity? Must the project of our liberationist aesthetics be forever part of a totalizing Utopian vision of Being and History that seeks to transcend the contradictions and ambivalences that constitute the very structure of human subjectivity and its systems of cultural representation?» (BHABHA, Homi, The Commitment to Theory).