tag:blogger.com,1999:blog-17481609628769255672024-02-20T21:53:18.997+00:00Notas de LeituraUnknownnoreply@blogger.comBlogger67125tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-59292327656026122212011-10-30T13:43:00.010+00:002012-12-25T12:32:51.320+00:00Jacques Derrida, Giorgio Agamben e... «a vida nua»
Francis Bacon, Untitled, 1946.
The Lives of Animals, do sul-africano John Maxwell Coetzee, é um extraordinário exercício de ponderação, posto na forma do ensaio-ficção, não apenas sobre aquilo que a nossa forma de tratar os animais implica, do ponto de vista dos seus pressupostos, mas também sobre o que nela se indicia, no âmbito mais alargado da nossa construção do lugar do outro. AíUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-85017917665729749332010-05-12T10:33:00.010+01:002010-05-22T10:47:46.778+01:00Avulsos 20: Antonin ArtaudAntonin ArtaudA figura de Artaud é, parece-nos, insuficientemente conhecida em Portugal. O vasto conjunto dos seus escritos contém aspectos que, na sua densidade de formulação e na sua sagaz intuição, antevidente dos nossos entraves político-ideológicos de hoje, marcam a sua mais candente actualidade. Era senhor de um poderosíssimo verbo e de uma consciência agudíssima dos problemas que, Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-48675047856692385862010-04-26T15:27:00.007+01:002010-04-26T17:24:11.715+01:00Avulsos 19: Luís Carlos PatraquimLuís Carlos Patraquim:MetamorfoseAo Poeta José Craveirinhaquando o medo puxava lustro à cidadeeu era pequenovê lá que nem casaco tinhanem sentimento do mundo graveou lido Carlos Drummond de Andradeos jacarandás explodiam na alegria secreta de serem vagense flores vermelhase nem lustro de cera haviapara que o soubessena madeira da infânciasobre a casaa Mãe não era ainda mulhere depois ficou Mãee aUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-56095012153674176272010-04-09T11:16:00.045+01:002010-04-26T17:36:11.537+01:00Avulsos 15: Deleuze - a linha quebrada do devir...Gilles Deleuze«Quando se trabalha está-se forçosamente numa solidão absoluta. Não se pode fazer escola, nem fazer parte de uma escola. Há apenas trabalho nas trevas, e clandestino. Só que é uma solidão extremamente povoada. Não povoada de sonhos, de fantasmas nem de projectos, mas de encontros. Um encontro, é talvez o mesmo que um devir ou umas núpcias. É do fundo dessa solidão que se pode dar Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-90523942126192807052010-03-26T16:54:00.555+00:002010-07-11T13:39:08.657+01:00Fragmentos de Leitura 20: Tarkovski - o fluxo do tempo no interior do fotogramaAndrei Tarkovski:«A imaginação é menos rica do que a vida»Há tempos, lendo Esculpir o Tempo, expressão que provém de mais de um trecho no livro - um deles num capítulo dedicado ao «tempo, ritmo e montagem» - dei com estas passagens. Eis o que Andrei Tarkovski, para quem «o cinema é o ritmo da imagem» ali nos diz:O factor dominante e todo-poderoso da imagem cinematográfica é o ritmo, que expressa Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-65983041511302003792010-03-26T16:50:00.011+00:002010-03-30T21:11:44.510+01:00«Elementos para uma semiologia pictural» 6: Texto de Louis Marin
«DENOTAÇÃO – CONOTAÇÃOÉ para tentar, senão responder a esta questão, pelo menos torná-la mais precisa, que a distinção, trazida por Hjelmslev e desenvolvida por R. Barthes, da denotação e da conotação, parece de uma grande importância. Com efeito, se a imagem pictural – numa pintura representativa – é signo figurativo, isso significa que, para além da sua função de designação, ela possui uma Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-39755640404646749472010-03-07T19:23:00.013+00:002010-03-24T08:10:10.979+00:00Avulsos 10: Rothko - uma «arte menor»?Enquanto assistia hoje a um seminário, sobre temas da história de arte contemporânea, e depois de rever um documentário sobre Mark Rothko, assaltou-me esta ideia um pouco inesperada: e se, entre Rothko e Kafka, que são ambos judeus, houvesse mais que uma afinidade aparente e longínqua, ligada à questão da sua desterritorialização? Rothko sofreu-a mesmo em termos artísticos, uma vez confrontado Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-40226710930365605092010-03-05T12:11:00.008+00:002010-03-05T22:20:51.156+00:00A fala dos escritores 3: KAFKAKAFKA: «Les métaphores sont l'une des choses qui me font désespérer de la littérature».Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-6973268715412691832010-03-03T08:42:00.037+00:002010-05-30T14:42:12.703+01:00Recapitulações XX: o «jogo» e o «descentramento» 3 - a língua como lei e a língua da lei. Mark Tansey, Discarding the frame.A imagem com que abrimos esta nota de leitura pareceu-nos sugestiva do tipo de questões que aqui levantaremos, a propósito da «desconstrução» e do que nela é o seu intuito, como nos diria Rosalind Krauss, a propósito de La vérité en peinture, de «enquadramento do enquadra-mento». O quadro de Mark Tansey mostra-nos, en abyme, qualquer coisa como um Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-91883464787886565942010-02-24T11:43:00.028+00:002010-03-15T15:25:07.902+00:00Recapitulações XX: o «jogo» e o «descentramento» 2 - ou o «pós-» de pós-estruturalismo (Lévi-Strauss; Jacques Derrida)Jacques Derrida1. No seguimento do que se disse em «Recapitulações: Jogo e Descentramento 1», poder-se-ia aqui acompanhar aquilo que Derrida descreve, em «A estrutura, o signo e o jogo, no discurso das ciências humanas» como sendo o acontecimento de uma ruptura e de uma duplicação. Eles afectam precisamente o lugar daquilo que estrutura aquele pensamento filosófico e científico que, no Ocidente, Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-55911237753367387722010-01-30T10:24:00.022+00:002010-02-23T11:37:30.067+00:00Avulsos 9: o segundo sentido (Barthes; Lacoue-Labarthe)Se olho para uma imagem como aquela que aqui aparece reproduzida, ao nível puramente «comunicativo» - lembremo-nos das reservas de Roland Barthes, quanto a este nível absolutamente «literal» do sentido e, no fim de contas, puramente utópico, visto que a simples nomeação é já uma forma de «conotação» pela linguagem - poder-se-ia descrevê-la assim: eis uma mulher e uma cidade ao fundo. Um corpo Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-9633612307894464742010-01-20T07:41:00.023+00:002010-03-15T15:25:41.359+00:00Recapitulações XX: o «jogo» e o «descentramento» 2Um segundo aspecto que merece destaque, no texto de Derrida, no seguimento do que se disse no post (Recapitulações XX: o «jogo» e o «descentramento» 1) anterior teria que ver, já não apenas com a história (e com a alternativa contida na oposição entre presença e ausência), mas também com o sujeito humano (e com a alternativa humano / não-humano (inumano)) e com a oposição entre cultura e naturezaUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-46125295024425572042010-01-15T10:07:00.070+00:002010-03-15T15:26:43.328+00:00Recapitulações XX: o «Jogo» e o «descentramento» 1Jacques DerridaI - 1. A expressão «um pensamento do jogo», que também poderíamos ter escolhido para título, é do filósofo francês Jacques Derrida. Esse «jogo» envolve o «descentramento» que aqui aparece no título. E é a ideia desse «jogo» e desse «descentramento» que aqui tentamos seguir em alguns dos seus momentos. Fá-lo-emos em vários posts, porque nos parece que valeria a pena dar dela, mais Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-59438226516725085212010-01-01T13:08:00.001+00:002012-12-23T14:02:19.212+00:00A fala dos escritores 4: Sebastião Alba
(Sebastião Alba)Um anjo erranos teus olhos diurnoshumedecido do véu(ao fundo, a íris entardece)seguiu de cor a revoada das pombasmísticoum arroubo ascende a prumodo plano em que me fitascisnes desaguamdo teu olhar em fioe vogam ao redor, pelo estuário da salaao sol-poenteos vitrais das janelasardem na catedral assim erguidacolocamos um sonhoem cada nichoe no círculo formado pelas Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-89250793869647631842009-12-30T15:04:00.002+00:002010-01-18T18:45:50.389+00:00Avulsos 1: A Teoria Quântica e as Mulheres dos Outros Juan Cotán, Quince, Cabbage, Melon and Cucumber - 1602.Em tempos, de boleia com um amigo, ele me atiçou, com a sua brusca inteligência, o espanto. «Se compararmos a matemática de hoje», dizia-me ele, «que é de compreensão e resolução de problemas, com a de ontem», uma matemática «sobretudo algorítmica», percebe-se a diferença: uma mais operatória, repetitiva e ritualizada, abstracta e desligada Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-13363131649920566642009-10-26T12:18:00.019+00:002009-10-29T13:30:20.996+00:00Avulsos 17: «Câmara Clara» sobre o auto-retrato e a auto-representaçãoO programa Câmara Clara é um expositor vivo, uma interessante e inteligente forma de divulgação de obras da cultura portuguesa, na sua relação com as obras de culturas de carácter mais ou menos transnacional. A última sessão foi dedicada ao auto-retrato e à auto-representação, e contou com a presença de Jorge Molder, cuja obra foi já objecto de inúmeras leituras, com particular destaque para a deUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-78684676829023136092009-08-31T18:09:00.023+01:002009-09-10T15:01:35.756+01:00Fragmentos de Leitura 19: (os antecedentes) do auto-retrato - algumas notas (de Herrade de Landsberg a Albrecht Dürer)Auto-retrato no túmulo doarquitecto egípcio Senmout,da XVIIIª dinastia, servidorda rainha Hatchepsout.I - 1. Valeria a pena regressar a algumas das observações que se fazem em Fragmentos de Leitura 17: Acerca do (auto-)retrato I (entre a Besta de Lascaux e a arte contemporânea: nota 1), publicado aqui no blogue. Na sua obra sobre o auto-retrato, Omar Calabrese lembra que, embora aquilo que hoje Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-17226091155627414642009-07-29T09:06:00.005+01:002009-10-18T12:33:23.155+01:00Avulsos 13: Chinua Achebe, Mia Couto e Homi Bhabha Homi Bhaha, à esquerda; Chinua Achebe, à direita.Chinua Achebe:«The story is so different from what I had read as a child; I knew I couldn't write like Dickens or Conrad. My story would not accept that. So you had to make an English that was new. Whether it was going to work or not, I couldn't tell.» (ACHEBE, Chinua , sobre a sua obra prima, Things Fall Apart).Mia Couto:«Falta-nos, muitas vezes Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-56905696502941770202009-07-28T11:21:00.039+01:002009-09-06T09:17:50.867+01:00Digressões I: O corpo-a-corpo e a instalação (James Turrell; Hal Foster; Rosalind Krauss; Roland Barthes; Jacques Derrida; Freud; Jacques Lacan)James Turrell, Milk Run III, 2002.I - 1. Começamos esta nota com um pequeno exercício do nosso olhar. A instalação de James Turrell induz-nos a uma interrogação. Que vemos ali? Por um lado, uma abertura quadrangular, vista obliquamente, pela qual jorra a luz ígnea de uma espécie de bojo de fogo.Sobre ela, ou dela se deslocando, na nossa direcção, uma espécie de porta de vidro transparente se Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-33703698394381334992009-07-16T17:57:00.040+01:002009-10-14T08:49:35.482+01:00A fala dos escritores 1: Mia CoutoMia Couto, na Biblioteca de FaroOuvindo há poucos dias Mia Couto na Biblioteca Municipal de Faro, na sessão de lançamento do seuJesusalém, questionado acerca da intenção da sua reinvenção vocabular por um dos presentes, não pude deixar de sorrir. Mas não fui apenas eu. Sorrimos todos, da sua irónica e maliciosa esquiva. Eis a sua resposta: «não, não é para chatear os linguistas, como você diz. Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-71600250384545635952009-06-01T15:32:00.004+01:002009-10-18T12:31:46.417+01:00Avulsos 16: a fotografia e o impressionismo (R. Krauss; C. Monet; Michael Fried)Claude Monet, Femmes au jardin, 1867.A questão das influências da fotografia na pintura continua hoje actual. Ela permanece em aberto, é um campo de investigação, de descoberta e de polémica. Numa obra verdadeiramente admirável - sobre a questão de O fotográfico - a crítica e ensaísta norte-americana Rosalind Krauss chama-nos a atenção para algumas dessas influências da fotografia, no que foi a Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-72465157879635610272009-05-31T14:44:00.022+01:002009-06-02T08:39:18.919+01:00Recapitulações XIV: A Vénus de Urbino II - «o que Manet viu», na obra de Ticiano (D. Arasse; M. Foucault)Ticiano, Vénus de Urbino, 1538.I - Em «A Vénus de Urbino - uma erótica da pintura clássica», tinha-se antecipado aqui a possibilidade de uma relação de apropriação dinâmica entre a pintura de Ticiano e a de Manet. Num certo sentido, a leitura proposta por Daniel Arasse (ver Recapitulações XIII: A Vénus de Urbino - uma erótica da pintura clássica, aqui no blogue) é já motivada por essa construção Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-20920701082077109332009-05-22T13:37:00.093+01:002009-05-31T12:24:46.695+01:00Recapitulações XIII: A Vénus de Urbino - uma erótica da pintura clássica (D. Arasse; Louis Marin; E. Panofsky; R. Goffen; M. Foucault; R. Krauss)Ticiano, Vénus de Urbino, 1538. I - Que nos diz Daniel Arasse, a propósito de Ticiano, e em particular da Vénus de Urbino? Em primeiro lugar que, ao contrário do que se passara com a Vénus Adormecida de Giorgione, que data de 1510 (Giorgione foi mestre de Ticiano; é Ticiano, de resto, quem virá a acabar o quadro, que o mestre deixara, com a sua morte, por concluir) a Vénus de Urbino está bem Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-19985151034114378162009-05-08T08:57:00.002+01:002009-05-08T10:53:04.557+01:00Recapitulações - o quadro VII: Os ascendentes da instalaçãoThe Crossing, 1996 - Bill Viola.(Dada a oportunidade do tema, devida ao facto de, a propósito do auto-retrato, passarmos agora em revista o texto de Michel Foucault, aqui fica a reactualização de um post antigo, anteriormente dedicado dedicado a problemas que, versando a noção de «instalação», haveria de incluir um trecho sobre o quadro de Velázquez, Las meninas. Importante é, por exemplo, o que Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1748160962876925567.post-54869056211815779792009-05-06T07:35:00.002+01:002009-05-06T07:39:04.435+01:00«Elementos para uma semiologia pictural» 5 - de Louis MarinOS CÓDIGOS PICTURAISEm primeiro lugar o problema dos códigos picturais: se ler um quadro consiste, não apenas em percorrê-lo com o olhar, mas em decifrá-lo, se à extensão da leitura se articula em profundidade um espaço de leitura, a interpretação implica um ou mais códigos de interpretação, para dele reconhecer ou compreender o sentido. A perspectiva representativa dispõe de um primeiro código, Unknownnoreply@blogger.com0